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A segunda fase da Operação Alcatraz, desencadeada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (19), resultou na prisão preventiva de dois empresários da área da saúde em Joinville. A ação, em parceria com a Receita Federal, tem como alvo a repressão de uma quadrilha especializada nos crimes de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro.
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As investigações tiveram início em julho de 2018, após um encaminhamento do Ministério Público de Contas do Estado de Santa Catarina, que apontava indícios de desvios de recursos das Secretarias de Estado da Administração e Saúde por aproximadamente 10 anos.
A organização criminosa era comandada por ocupantes de cargos elevados de instituições públicas e que tinham forte influência política. Durante as investigações, a PF identificou que o governo do Estado teria pago às empresas investigadas, aproximadamente R$ 500 milhões, com parte desse valor pago em espécie por meio de contratos simulados.
A Justiça expediu 34 mandados de busca e apreensão, 11 de prisão preventiva e nove mandados de prisão temporária, que foram cumpridos em Florianópolis, Joinville e Xanxerê.
Julio Garcia preso e ex-governador é citado
O presidente da Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina), Julio Garcia, e o ex-governador de Santa Catarina Eduardo Pinho Moreira foram alvos da operação. Julio Garcia teve a prisão domiciliar decretada e usará tornozeleira eletrônica. Moreira, por sua vez, foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Segundo o advogado, Julio Garcia compareceu à sede da Polícia Federal, em Florianópolis, para prestar esclarecimentos durante a manhã. Depois, foi liberado e voltou para casa, onde cumprirá prisão em regime domiciliar. O advogado também afirmou que a defesa ainda não se manifestará sobre a prisão porque não teve acesso aos detalhes da decisão que embasaram o pedido.
O presidente da Alesc já havia sido um dos alvos na operação anterior. Ele já foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) dentro da operação. O MPF o aponta como “chefe de uma organização criminosa” que era formada por funcionários públicos que praticavam delitos contra a administração pública. Entre os crimes pelos quais o deputado foi denunciado, estão lavagem de dinheiro, peculato, fraude em licitação e contrato subsequente. Julio Garcia vinha negando as acusações e afirmando ser alvo de uma perseguição.
O ex-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB), também foi alvo da operação nesta terça. Agentes da Polícia Federal cumpriram mandado de busca e apreensão no apartamento dele em Florianópolis e recolheram documentos e o celular do político.
“O ex-governador Eduardo Moreira não está sendo investigado em nenhuma operação da Polícia Federal. Seu nome foi apenas citado nas investigações e por isso o mandado de busca e apreensão de poucos documentos e de seu celular”, disse a assessoria do ex-governador.